quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A derrota de Ana Carolina

Ana Carolina é uma das típicas mulheres modernas. Tem seu dinheiro, seu carro, sua independência psicológica e emocional, acompanhada da beleza dos 20 e da maturidade dos 30. É daquelas mulheres que sempre se bastaram sozinha e na companhia das amigas...Viagens, biritas, noites loucas... Esta era a rotina de Carol.
Carol tinha uma amiga inseparável. Aquela que ligava todos os dias, toda a hora e dividia confidências, sua comparsa número 1 pra boemia. As duas juntas não formavam uma dupla somente, mas sim uma quadrilha.

Só que como acontece com toda a mulher, mais cedo ou mais tarde, Carol se apaixonou. E resolveu namorar. Tudo se encaixou, pois Janaína, sua melhor amiga, também estava namorando. E sem querer, as duas seguiram a teoria: "Namorado é igual a Nextel, só vale a pena ter se a amiga também tem...".

As duas além de amigas e companheiras, sofriam uma espécie de simbiose astral. O que acontecia com uma, acontecia com a outra, ou no mesmo tempo ou em seguida. Chegava a ser infernal as coincidências. Mas os relacionamentos acalmaram os ânimos boêmios das duas, até a página 5.

Carol e Janaína arrumaram namorados com o mesmo perfil psicológico: meninos. Rapazes que juravam que estavam prontos pra um relacionamento com mulheres independentes, mas na verdade, eram dois integrantes do RBD. Cada um do seu modo. E as duas driblavam os ciúmes, as cobranças dos dois, a truculência, a infantilidade... mas não deixavam as ligações diárias e nem o chopp semanal sozinhas de lado.
Por mais que eles reclamassem. Batessem perna, ligassem toda a hora. O relacionamento delas era inabalável. Uma desabafava com a outra: "Tá foda!" "Ele é um crianção!" "Como gostar de uma criatura destas?" "Até quando eu vou tolerar?"...

Janaína chegou a se juntar com Aroldo, o seu parceiro truculento, que ela importou de uma noite de pegação de uma viagem a trabalho fora do Rio. É claro que não deu certo! Aroldo era do tipo Neanderthal, homem de muita carcaça e de pouco tato. Com teorias machistas na ponta da língua.
Sempre tinha briga, quando Jana estava com gosto de cerveja na boca, quando ele chegava no trabalho... E ficava mais puto ainda, quando a explicação era: "Fui beber com a Carol". A resposta sempre era a mesma: "Olha, mulher minha não fica sentada em boteco sozinha bebendo com amiga não... Eu não gosto. Não vou te beijar hoje..." Era a ladainha semanal que Jana escutava e que entrava por um ouvido e saía pelo outro.

Gabriel, namorado de Carol era estilo "filhinho de papai". Era mandão, cheio de vontades, fazia beiçinho, teimava... Fazia das mensagens SMS uma espécie de GPS, um localizador de onde Carol estava, com quem e o que estava fazendo.  Fazia tipo, mas não gostava e não entendia as frequentes saídas das duas amigas. Ele achava que existia algo por trás. Que Carol o traía e ela era uma espécie de álibi. Não tinha o porquê estas meninas terem tanto assunto, segundo os pensamentos dele... Volta e meia, o homem GPS dava incertas nos bares onde elas estavam. Certo dia, disse estar na rua de Jana e queria buscar Carol, que disse que estava lá, mas estava em um boteco... Foram momentos de tensão! Gabriel era um mala inseguro e com síndrome de corno, não muito diferente de Aroldo.

Os dois eram tão idiotas, que se davam bem, mas em um churrasco, eram incapazes de juntos conseguirem acender uma churrasqueira. Eram as duas que faziam. Faltava muita iniciativa e "tutano" naqueles dois adolescentes, quase balzaquianos.Mas não faltava assunto sobre playstation e guitar hero!

Como o esperado, os relacionamentos das duas acabaram na mesma época, depois de 2 anos de tolerância de ambas.
Gabriel terminou o relacionamento, jurando que estava sendo chifrado, pois Carol disse que estava com Jana e Jana estava online no Facebook. Qual é o idiota que vai acreditar no bate papo do Facebook, que vive dando bug? Biel é um idiotinha da Estrela de marca maior! Conhecendo Jana quem pode acreditar que ela é o tipo de pessoa que desliga o computador quando sai. Jana é a criatura mais louca e enrolada, que vive com a cabeça na lua...mas não.. O Facebook documentava a traição e isto se fez verdade pra Biel, que deve ter contado pra mamãe e chorado muito no colo dela, a bolada nas costas.

Pois é... Aroldo não aguentava mais ser um homem das cavernas manipulado e dependente emocionalmente de Jana, uma mulher de muito sorriso, mas um gênio do cão. Uma mulher tempestade, que quando se enfezava, virava um negão de dois metros e o fazia cagar de medo com a truculência que ela era capaz de adquirir, defendendo as suas opiniões... O negão se borrava de medo, ele era um marionete. Então, meteu o pé. Também fazendo biquinho e chorando. Saiu "sem carinho, sem coberta, num tapete atrás da porta..."

Foi duro enfrentar a separação pra a dupla, mas elas tinham uma o apoio da outra: Voltaram a sair, passavam o final de semana juntas. Várias horas ao telefone, enfim.. Depois de um tempo a vida voltou ao normal: independência, felicidade, auto estima e serelepice...Os velhos tempos voltaram. A vida de baby siter era coisa do passado.

Só que nesta estória existe uma terceira amiga, elemento chave para todo este fuzuê: Ana Célia.
Ana Célia era uma mulher independente, maluca, mas pé no altar. Aquela que sempre sonhou com casamento. E depois que a dupla "Carol e Jana" voltou a ativa Ana Célia anuncia: "Vou me casar!"
Ana Célia é amiga de infância de Jana, e se tornou amiga de Carol por intermédio dela. Jana ficou encarregada de arrumar uma despedida de solteira memorável.

Jana é uma mulher inusitada:  atriz, performática e já frequentou aulas de circo.  Maluca de carteirinha,  idealizou uma festa em um motel para 25 meninas, com direito a go go boys, muita birita e fantasia. Mas pra ser promoter são necessárias reuniões. Marcou uma reunião no motel um dia a noite e adivinha quem ela arrastou? A pobre da Carol.

O motel era no bairro do ex de Carol, mas o assunto já era superado. Rezava a lenda que o rapaz já tinha refeito a vida dele ao lado de outra muchacha, assim como Aroldo também já tinha outro par. Homem nunca consegue ficar sozinho!

As duas chegaram no motel, com as janelas baixas, pois estavam fumando... Nada as preocupavam, os rótulos da sociedade eram coisas banais. Eram mulheres modernas e bem resolvidas com sua sexualidade. A situação era divertida e elas riam da possibilidade de serem confundida com um casal de lésbicas.
Chegaram na recepção e foram aconselhadas a esperar o gerente na sala de espera do motel, sentadas no sofazinho. Elas ficaram lá conversando, rindo, lendo revistas, como se estivessem em uma casa de chá.

Aí aconteceu o inusitado: Quem adentra na sala acompanhado de seu novo par? Gabriel...
Quando ele avistou a dupla, não titubeou e falou:
"Eu sabia que vocês eram sujas, mas não sabia que eram tanto!" e um barraco foi formado da recepção.
"Suas sapatões! Coladoras de velcro!"
Jana revoltada responde: "Ah, seu mauricinho escroto, vá se fuder!"
Carol revoltada diz: "Eu não te devo satisfações, o relacionamento já acabou!"
A mona "namorada" perguntava: "O que está acontecendo?"
A recepcionista informava: "Se continuar o barraco, vou ter que chamar o segurança!"
Gabrielzinho pegou o rádio e conectou Aroldo: "Aroldo, aquelas duas vadias que acabaram com a nossa vida são duas sapatões...Estão aqui no Motel juntas...Estou aqui na sala de espera, olhando pra cara das duas..."
Aí Jana retrucou: "Manda este viadinho nordestino tomar no cu..."
Aroldo gritava do rádio de Biel, em viva voz: "Elas duas sempre foram amantes! Eu desconfiava!"
Foi um rebuliço...
Para salvação das duas, chega o esperado gerente do hotel,  e sem explicações, elas entraram com ele elevador adentro. Dando tchauzinho de miss imaginário pro babaquinha, com o rádio na mão e seu novo par com olhos arregalados...
Como deve ter sido a noite de Biel e Aroldinho do Dique Tororó, imaginando aquele menáge a trois?
No Facebook de Aroldinho, que é carente e posta TUDO que acontece na vida dele na Internet, a seguinte mensagem no mural: "A gente nunca imagina o que uma pessoa é capaz de fazer. Que bom que me livrei daquela suja!"

E no final, todo mundo aprendeu que tem brincadeiras que não são apropriadas pra crianças e que pedofilia emocional não é uma boa saída pra mulheres bem resolvidas...

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